Você gosta de música?
É claro que a resposta é sim. É muito difícil, praticamente impossível, encontrar um ser humano que não goste de música. Pode até não gostar de um ritmo ou de outro, mas sempre sentirá prazer em ouvir algum tipo de som ritmado em algum estilo musical em diversos compassos. O site http://www.zonabranca.com apresenta um artigo interessante e polêmico sobre música e manipulação da sociedade.
Ainda não sabemos com exatidão por que, mas temos a certeza que os sons compassados afetam diretamente o comportamento dos seres humanos.
Uma das teses defende que a música tem a capacidade de desencadear processos mentais involuntários de análise. Quando o cérebro consegue “adivinhar” a próxima nota ou a próxima sequencia de notas de uma música já conhecida, isso gera um estímulo prazeroso no indivíduo e a medida que se executa o processo há cada vez mais desejo de executá-lo.
Bebês recém nascidos apresentam alterações comportamentais quando expostos ao som de músicas, haitianos entram em transe ao som de ritmos africanos e militares parecem assumir postura mais agressiva em marcha ao som de cânticos de vitória.
Schullian e Schoen explicam que a música é capaz de nos afetar, mesmo sem que a letra seja sequer percebida: “Música, que não depende das funções superiores do cérebro para franquear entrada ao organismo, ainda pode excitar por meio do tálamo – o posto de intercomunicação de todas as emoções, sensações e sentimentos.
Uma vez que um estímulo foi capaz de alcançar o tálamo, o cérebro superior é automaticamente invadido, e, se o estímulo é mantido por algum tempo, um contato íntimo entre o cérebro superior e o mundo da realidade pode ser desta forma estabelecido.”
No Mundo Ocidental a música vem exercendo funções específicas em diversas atividades humanas como ninar crianças, fazer dançar, contar estórias, comemorar eventos especiais, aumentar a venda de produtos, entreter, curar e rezar, anunciar eventos, aumentar a coragem para uma guerra, e até para aumentar a produtividade em linhas de produção industriais.
O famoso pianista Norueguês Kjell Bekkelund declarou certa vez que: “O objetivo da indústria pop, na minha opinião, parece ser a criação de indivíduos que ‘não precisem pensar’”. Certamente o pianista, por sua atividade, tinha clara noção dos efeitos que a música tem sobre o cérebro humano, cada ritmo, cada compasso, cada som têm uma influência diferente no ser humano, e um influencia potencializada nos grupos que assistem a concertos e shows, sejam eles de rock, de funk ou de musica gospel.
Em uma pesquisa realizada em grande universidade pública, várias pessoas responderam que a música ajuda a criar uma certa atmosfera que influencia o humor e os sentimentos, então crê-se que não é ignorado o poder da música sobre o comportamento, embora poucas pessoas reflitam acerca disso. O que desejamos destacar aqui é que a música, que na maioria das vezes é tida simplesmente como diversão, passatempo ou algo inocente, é capaz de influenciar em decisões importantes.
Grupos de pessoas ou mesmo grandes parcelas da humanidade têm sido afetados por técnicas de mudança de comportamento que tem a música como principal ferramenta. Seja pela letra seja pelos ritmos e instrumentos utilizados ou pelos dois combinados a música não é ignorada pelas grandes empresas de marketing.
Você consegue imaginar um comercial de Coca cola sem um fundo musical?
Você consegue imaginar uma cena romântica em um filme, sem um fundo musical?
No Brasil, em época de eleições se percebe o trânsito de vários carros de som tocando músicas previamente elaboradas. Normalmente têm poucas estrofes e sequencias melódicas bastante comuns. a intenção é fixar na mente das pessoas os nomes de candidatos e partidos mencionados nas letras.
Não vamos tratar aqui de lendas como o chamado Efeito Mozart, que prometia tornar bebês mais inteligentes através da audição de músicas de grandes mestres como Mozart, efeito, aliás, que deve ter gerado grandes lucros para as empresas que vendiam CDs com títulos como “Construa o cérebro de seu bebê através da música de Mozart”.
Nossa mente tem um grande poder de memorizar sons e associá-los a momentos e fatos passados, observe as vinhetas tocadas antes de alguma novela ou do jornal da noite, são sempre as mesmas, e fazem com que saibamos mesmo antes do anúncio, qual a próxima programação da TV.
Pesquisas
Em uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, com mais de 500 estudantes, verificou-se que os que ouviram algumas músicas de estilos como Heavy Metal e rap com letras que enfatizam a violência tenderam a interpretar palavras de uma lista previamente preparada no seu sentido mais violento. Por exemplo, a palavra animal, que é neutra, foi interpretada como algo pejorativo ou violento pelas pessoas que ouviram músicas de estilos como Rap e Heavy Metal. Pessoas que ouviram músicas com letras menos violentas tendiam a uma interpretação mais branda. Outras palavras, como rocha e vara, foram também interpretadas de forma agressiva.
A metodologia utilizada foi: Ao pedir que se completasse os campos de algumas palavras, nos grupos que ouviram letras associadas à violência se verificou que as palavras formadas eram, em sua maioria, relacionadas à violência. Por exemplo: ao completar os fragmentos H_T, eles preferiam termos como HIT (pancada) em vez de HAT (chapéu), ao contrário dos que não ouviram músicas com letras violentas, mesmo sendo do mesmo estilo musical.
“Os estudantes foram separados por grupos, sendo que grupos diferentes ouviram músicas do mesmo artista e com ritmos semelhantes, mas alguns contendo letras violentas e outros não. Isso foi feito para verificar se a influência no comportamento violento refere-se ao estilo musical, ao artista ou à letra, e constatou-se que a letra é um diferencial que influi no comportamento violento, já que os demais grupos não demonstraram a mesma tendência agressiva”
As ondas sonoras (vibrações) que chegam no tímpano são transformadas em impulsos químicos e nervosos, que registram em nossa mente as diferentes qualidades dos sons que estamos ouvindo. O que muitos não sabem é que “as raízes dos nervos auditivos – os nervos do ouvido – são distribuídos mais amplamente e tem conexões mais extensas do que os de qualquer outro nervo no corpo… Dificilmente existe uma função no corpo que possa não ser afetada pelas pulsações e combinações harmônicas de tons musicais”.
Cremos que o entendimento é o mesmo quando se trata de sexo, adultério e drogas. As letras de música podem realmente fazer com que os indivíduos tendam à participar dessas praticas. Abaixo listamos uma modesta relação contendo alguns exemplos de letras de músicas atuais que com toda certeza farão você pensar sobre o assunto.
A música antes de estar no nosso coração já estava no coração de Deus.
Surge agora outra questão. Você acredita em Deus não é?
Ou em um ser superior como alguns preferem dizer?
Quando partimos do pressuposto de que existe um mundo espiritual, as notas musicais assumem que certo poder sobrenatural, algo como um milagre sonoro!! Seria interessante uma ampliação na aplicação desse tipo de conhecimento em presídios, escolas e outras instituições que visam moldar ou construir uma sociedade mais amigável.
Robson Augusto da Silva – Sociólogo, professor. rasrio@yahoo.com.br—
Em outro artigo poderemos estudar mais a fundo a questão da exaltação de heróis urbanos (e suburbanos) que é realizada em várias letras de raps. Gravadas em cds chamados proibidões estas musicas são facilmente comprados em qualquer camelô do rio de janeiro, e encontradas a venda até de Belém do Pará.
EXEMPLOS INTERESSANTES.
Cidinho e Doca: “Rap das armas”
Cidade de Deus é ruim de invadir/ Nós com os alemão vamos se divertir
Porque na de Deus, vô te dizer como é que é/ Lá não tem mole nem pra DRE
Pra entrar lá na de Deus até a BOPE treme/ Não tem mole pro exército, civil nem pra PM
Eu dou o maior conceito para os amigos meus/ Agora vou mostrar como é Cidade de Deus/
Tem um de AR-15, outro de 12 na mão
Tem mais um de pistola e outro com dois oitão ().
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Música – Deixa a Cachorra Passar- Bonde do Tigrão
Olha a cachorra!!
Deixa a cachorra passar ( Ela quer rebolar!)
Deixa a cachorra passar ( Chama ela pra cá!)
Deixa a cachorra passar ( Ela quer provocar!)
Mexe o bumbum, mexe o bumbum mexe
Bumbum e vem pra cá / Ela anda rebolando
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Música – Adultério Composição: Catra
Na 4 por 4 a gente zoa
Whisky e energético,
quanta mulher boa
Ui, o bagulho tá sério
Vai rolar um adultério.
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Música – Sexo e Punk Rock – Modess Punk Rock – Matheus Ramone e Bruno Ramone
Sexo, sexo, sexo, sexo, sexo.
Sexo com você minha garotinha.
Sexo, sexo, sexo, sexo, sexo.
Pode convidar a sua vizinha.
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Música – Menina te amo tanto – Mc Fox
Menina te amo tanto amo você
daria tudo, daria o mundo só por você
agora sai do meu pé vai te fuder
te amo o caralho só queria te comer
agora sai do meu pé vai te fuder
te amo o caralho só queria te comer.
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Agora Observe bem a letra abaixo.
Não tira a mão do volante, não me olha e não se mexe
é o bonde do Scoob de lá do morro do Macaco
Vai desce do carro, olha pro chão
Não se move, me dá seu importado que o seguro te devolve
Se liga na minha letra olha nós aí de novo é o bonde do mais alto
só menor periculoso se liga na letra
Vou mandar mais um recado o bonde do São Carlos só quer carro importado
Audi, Honda Civic, Citroën e Corola
mas se tentar fugir – pá pum: tirão na bola.
Robson A.D.Silva – Coentista Social – http://zonabranca.com
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722006000100022&script=sci_arttext#tab1
http://www.newscientist.com/article.ns?id=dn3695
Revista “Z” Cultural – UFRJ. http://www.pacc.ufrj.br/z/ano3/03/ecio.htm
Bíblia sagrada – Tradução de Almeida revisada e corrigida.
David Wilkerson, Confessions of a Rock ‘n’ Roll Hater! (Lindale, TX, 1982), P. 3.
- David Wilkerson, Set The Trumpet to Thy Mouth (Lindale, TX, 1985), pp. 91-92.
http://zonabranca.wordpress.com/
Citado em diversas monografias de graduação, pós-graduação e mestrado o artigo A Influência da Música no Comportamento é um dos mais acessados do site Zonabranca.Com
1 – Universidade Cândido Mendes – O papel da Música na Terapia. Autora Giseli Sampaio Costa – 2011
2 – A Influência da Música no Comportamento da Sociedade – PET de computação – Ciclo de Seminários, outubro 2012.
3 – Projeto: A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA ROTINA ESCOLAR DOS ESTUDANTES DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE – CAMPUS CAMBORIÚ. 2013
4 – A Influência da Mídia no Crescimento e Desenvolvimento. Palestra de Jaqueline Montalvão. 2014